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As falsas esperanças da conferência da Europa do "Sul"

"Uma conferência dos líderes dos países mediterrânicos da UE, do assim chamado "Sul" da UE, será efectuado em Atenas a 9 de Setembro, por iniciativa do governo "de esquerda" do SYRIZA-ANEL [saído do] novo memorando e de dúzias de medidas anti-trabalhadores. Ela será centrada nos desenvolvimentos na UE, na questão dos refugiados-imigrantes e na notória questão do "desenvolvimento".

Esta iniciativa surge poucos dias após a reunião em Paris entre a velha e a "nova" social-democracia.

Estas duas iniciativas assim como outras semelhantes, têm como "denominador comum" o objectivo de semear falsas esperanças entre os povos de que o sistema capitalista e seu reaccionário "edifício" inter-estatal no continente europeu – a UE – pode ser melhorado e "humanizado". Eles procuram persuadir o povo de que uma outra correlação de forças no centro da Europa, em favor do "Sul" e a expensas do "Norte", ou a favor da social-democracia em relação aos liberais, trará o "fim da austeridade", "igualdade", "solidariedade" e "desenvolvimento" na UE.

Contudo, os povos da Europa já experimentaram durante décadas que a UE e toda espécie de governos burgueses (tanto liberais como sociais-democratas) pretendem apoiar a lucratividade do capital, a sua recuperação pela intensificação da linha política anti-povo. O "desenvolvimento" que eles estão a prometer nunca foi e não pode ser "justo" e é baseado na destruição dos direitos dos trabalhadores e do povo e na intensificação a exploração.

Os trabalhadores verificam a partir da sua experiência que a competição entre os centros imperialistas e os países capitalistas (do Norte e do Sul, com governos sociais-democratas e liberais) que intensifica as guerras e intervenções imperialistas, traz novos tormentos e perseguições para os povos e levam pessoas a tornarem-se refugiadas.

Os povos podem entender que mecanismo como o ISIS e sua repelente actividade, financiada e apoiada pelos EUA, NATO, a UE e seus aliados na região do Médio Oriente, constituem o pretexto para a intensificação de medidas repressivas por parte da UE e dos seus governos.

Hoje, o resultado do referendo britânico para a saída da UE trouxe à superfície contradições entre os vários centros imperialistas em relação ao futuro e perspectivas da UE. A questão principal é a controvérsia dentro da Eurozona e a UE permanece entre a fórmula de administração burguesa, isto é, entre estabilidade orçamental e o monitoramento dos estados-membros pelos mecanismos da UE, por um lado, e, pelo outro, um afrouxamento do ajustamento orçamental de modo a que fundos estatais possam ser libertados para apoiar os monopólios. Esta controvérsia é alheia aos interesses do povo porque ambas as abordagens serão em detrimento da classe trabalhadora e dos estratos populares pobres pois ambas têm o agravamento da ofensiva anti-povo como sua condição prévia.

Os governos da velha e da nova social-democracia na Europa utilizam o slogan "não à austeridade" de um modo enganoso. Este slogan não tem relação com a travagem ou meia-volta das bárbaras medidas anti-trabalhador, aliviando o povo. Ao contrário, está relacionado com o apoio a grupos de negócios com hot money adicional. Isto é demonstrado também pelo facto de que estes governos, assim como os liberais, apressam novas medidas bárbaras contra os trabalhadores na Grécia, França, Itália, Portugal, Espanha e Chipre a fim de recolher fundos para o grande capital.

Muitas cimeiras e reuniões de alto nível entre os "líderes dos países do Sul" acontecem. Mas apesar de grande parte da sua retórica nas mesmas ser acerca de um "re-arranque da UE", a UE não pode tornar-se favorável ao povo. Ela só pode tornar-se pior para os povos, nem em caso algum pode o sistema capitalista ser humanizado, ao qual serve.

A esperança encontra-se na luta dos povos para derrubar a barbárie capitalista!
08/Setembro/2016

08.09.2016